A pedido de amigos, boto aqui a transcrição da palração no dia do lançamento de (S)EM TERRA na Tigre de Papel. O que escrevi, e escrevo, não é confessional, ou interconfessional; sou uma zelosa apoiante do agnosticismo e da transfiguração, os "meus autores" estão quase todos mortos, mas quando penso no disparo que me leva à escrita vem-me sempre à memória o mundo inefável, prático, resiliente, punitivo, de fricção mental, generoso mas impenetrável, das minhas avós, traz-me os seus olhos, os dentes, as mãos, o rogar, as falas de ambas. [depois dos agradecimentos vários, à Margarida que apresentou; ao Fernando que acolheu a sessão na Livraria, à presença de amigos e conhecidos, ao Jorge que editou] Não vou falar sobre aquilo que escrevi, seria parvo, mas posso dizer algumas coisas (pausa) que são um disparo para o que escrevo. Posso começar por dizer que as pessoas que me revelaram as coisas mais misteriosas ou ignoradas permaneceram invisíveis, uma delas sem saber ler nem escr