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A mostrar mensagens de janeiro, 2024

Fragmentos

 O Imenso Comércio do Nada XV Nenhuma exterioridade é sagrada...                                                                   Berlim, 2023 Le temps, c'est de l'éternité pliée (Cocteau)      Fica tudo dentro de nós, começa e acaba connosco, não interessa como, ou quanto tempo, se caminha por um empedrado, melhor é crescer como árvore frondosa, elevando-se como elevada é a coragem – das mais sérias faculdades humanas, como é a memória, a ausência de pudor, o não nos levarmos a sério, que é a coisa mais séria, versava João Pedro Grabato Dias.      A coragem não  releva imprudência, mas atiça déspotas e a inconsequência dos seus actos, aquilo a que Ernst Jünger chamou 'temeridade'. Ter coragem é, desde logo, fazer questão de pintar com a tinta mais robusta linhas divisórias, tornadas visíveis e distantes, daqueles que amam o estardalhaço como forma de vida social ou cultural por não terem nada mais para nos oferecer alé

Fragmentos

O Imenso Comércio do Nada XIV alfabetos tumultuários desenho: Elagabal Aurelius Keiser  em Mistérios da Castração de Urano  Douda Correria edição Lembrava Jünger em O Passo da Floresta que nas ditaduras a ilusão da liberdade está sempre garantida. Assim, para mantê-las seria fundamental mostrar que não se extinguira a liberdade para dizer não, continuar a apresentar provas de como se apoiaram no 'povo marginal', dir-se-ia noutra altura 'nas massas'; uma maioria isenta de um corpo distinguível e privado da própria voz, uma massa corpórea corroboradora de uns lorpas que, muito embora tenham ascendido culturalmente às mesmas sociedades mercantis pela subordinação, dando-nos a degustar a sobremesa de sementes de chia da abnegação, andavam muito empenhados a matraquear o seu delírio com detalhes impressivos das suas 'boas práticas' fora desse esquema soci etal entorpecedor. Para manter as ditaduras fora ainda imprescindível mostrar como uma aceitação do seu programa

Fragmentos

1.01.2024 (Gata à beira da linha*)  (Moi-même à beira do sorriso**) — (*) Trabalho muito na preguiça. — (**) Para combater os efeitos do tempo? Odeio tédio. E para quê combater a velhice inevitável? Tens mesmo que ceder a esse inferno? Depois dos intas, a partir de muitos entas, já ninguém olha para ti, baby . Vê isso como uma libertação. — (*). Sim. É isso. É o tempo em que se toca as pessoas pelo que se é e não o tempo da aparência. Esse brilho viscoso normativo-banalóide da juventude. — (**) Também entendo os efeitos do tempo como os japoneses, a estética da imperfeição: o sentido profundo é a estética Wabi-Sabi; a estética da impermanência das coisas. Isso de sermos sempre sempre jovens, as nossas células movem , é uma estética modernista bacoca. Já o disco de onde jorra a ideia, Tinta Permanente , é dos meus preferidos. — (*) É altura de regressares ao clássico maior da China antiga, só te interessa literatura vetusta, que é onde se aprendem coisas diferentes, que saem do subject