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Fragmentos

Outro Estado da Consciência O terceiro episódio do Popol Bug  já pode ser escutado. Saibam que podem subscrever-nos no  Soundcloud , sem nenhum custo associado. Conversas anartísticas sem guião entre autores melómanos. Habitualmente com Bruno Peixe Dias e comigo; desta vez o nosso micro plenário sonoro foi gravado no dia de eleições em Portugal  a partir de três cidades: Bruxelas-Lisboa-Berlim, e contou com uma terceira voz, a de Elagabal Aurelius Keiser, nome de guerra.  Alguns reconhecê-lo-ão pelos desenhos para capas de livros e cadernos (ou entre páginas), como os de António Barahona, de Sandra Andrade*, ou meus. Mas, isso é uma ínfima parte daquilo em que se tem envolvido; Keiser é também autor de um livro de desenhos,  Mistérios da Castração de Urano** , publicado pela Douda Correria há sete anos.  No prelo está um segundo livro de desenhos do autor na colecção ثريا dos Cadernos AH! em papel***; será, coincidentemente, o segundo desta compilação de sete. Na colecção digital de Ca

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Perverter tradições: Masculino-Feminino, Erotismo-Poder, Máquinas-Humano O  segundo episódio do Popol Bu g ,  podcast que tenho com o Bruno Peixe Dias, já pode ser escutado   aqui com Bruno Peixe Dias e Soraia Simões de Andrade (Bruxelas-Lisboa) Conversas anartísticas sem guião pontuadas por histórias e músicas entre dois autores melómanos; às quais se juntam, algumas vezes, outros autores melómanos indiferentemente da disciplina artística em que laboram. Voltámos a perambular pelas  estantes de discos e livros, harmonizando — entre intervalos, mistérios, realidade, biografias pessoais e fantasia —, a mesma perversão de códigos do primeiro programa, quer no que diz respeito à notação musical como a elementos linguísticos e sonoros. Os corpos trazidos à luz neste segundo episódio são de mulheres: autoras, compositoras e performers que desafiaram tradições penosas e lampejos de uma língua presa às bíblias e demais determinismos de fonte comum. Autoras que subverteram ou subvertem a trad

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  Perséfone, pintura Elagabal Aurelius Keiser FEMICÍDIO Soraia Simões de Andrade no prelo I Muitas mulheres escolheram o suicídio para não serem capturadas pela turba e convertidas à monogamia à força.  Onde se escondeu a pecaminosa que não a encontro há horas e quase me enlouquece? Será que a provocar me anda perpetrando o ego tal e qual as coptas que vivem no medo?  Os enamorados do século vinte e um não se consolam com fotografias das férias nas redes sociais. Perséfone Tinha em si a impermanência Das coisas do mundo Se a alma não fosse anciã  para onde correria o medo mergulhado nos teus olhos risonhos tão subterrâneos? Tocava tarola no belvedere Pedal eléctrico não era Gaveta aberta goela presa Virgem ficou pr'apoiar o meu no teu pé Sem pão não havia tesão nem  jazz aquecia nem vinho adormecia A ira ao bácoro capado, cómodo, agreste escrevia ou cantava: Vercoquin et les amis Nix Tingira na parede do Motel outro lado do mapa antes da fatídica noite, a heteronormatividade é a or

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Fala-nos de uma generosidade desesperada, falsa, que vive da própria opressão, espírito de vingança e do silenciamento. Fala-nos de uma qualidade ou de um drama textualmente inexistentes com tamanha convicção que até um fascista sem talento passará por entendido, expert , humanista ou cátedra. Junta quem deseje ser adulado, pacificamente e sem conflito, mentindo-omitindo de igual maneira, e verás a tirania a medrar. Água ardente  Aguardente Cachaça Água pé Cheirinho Jeropiga depois também existe toda uma elite que nem intelectual chega a ser, provinciana, ela própria tirânica, que vive na sua bolha, ignorando taticamente o país em que vive; retirando dele os ingredientes principais de que faz uso para ser aplaudida [ vídeo ]

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Diz que é uma rubrica digital, uma conversa ao correr das músicas, sem guião, minha e do Bruno Peixe Dias, com edição do músico Paulo Lourenço.  Podem ouvir o primeiro episódio experimental  aqui .  Produção Mural Sonoro Conversas anartísticas sem guião pontuadas por histórias e músicas entre dois autores melómanos; às quais se juntam, algumas vezes, outros autores melómanos indiferentemente da disciplina artística em que laboram. Não existe diferença sem mimese, nem nada que não o seja: diferente. É de letras e poemas musicados, de músicas sem os vocábulos do léxico, de sonidos ou vocalizações, das mais veladas às mais guturais, de editoras e de streaming , de canções — em locais emparedados e sem paredes —  dialogistas em experiências distintas, ora como participantes delas ora como ouvintes remotos de matrizes sonoras maternais, e, por isso, não menos indisputáveis nos nossos percursos, que falamos — tentaremos pouco, que estamos cansados de nos ouvir –  a premissa é voltar a escuta

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 O Imenso Comércio do Nada XV Nenhuma exterioridade é sagrada...                                                                   Berlim, 2023 Le temps, c'est de l'éternité pliée (Cocteau)      Fica tudo dentro de nós, começa e acaba connosco, não interessa como, ou quanto tempo, se caminha por um empedrado, melhor é crescer como árvore frondosa, elevando-se como elevada é a coragem – das mais sérias faculdades humanas, como é a memória, a ausência de pudor, o não nos levarmos a sério, que é a coisa mais séria, versava João Pedro Grabato Dias.      A coragem não  releva imprudência, mas atiça déspotas e a inconsequência dos seus actos, aquilo a que Ernst Jünger chamou 'temeridade'. Ter coragem é, desde logo, fazer questão de pintar com a tinta mais robusta linhas divisórias, tornadas visíveis e distantes, daqueles que amam o estardalhaço como forma de vida social ou cultural por não terem nada mais para nos oferecer alé