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A mostrar mensagens de março, 2023

Fragmentos

  intro Que quimera é, então, o homem, Pascal? E a mulher? Que perversa, cruel, caótica, que prodigiosa! Juíza de todos os temas e não temas, lombriga substituta, reservatório da verdade e da inocência, fossa de incerteza e do erro, da glória e da escória do planeta. quimera Dormias no casebre junto da Bellevue onde loucos te protegeram das invasões e crises dos servos. Trouxeram-te. Para outro microcosmo. Cobriram-te num manto de cores mais quentes, fluidas que as da Guerra de Assad povoada por ogros cinzentos igualmente pérfidos. Nua, à janela, assistias àquele ribombar de armas de fogo despedindo-te da tredice como quem despia a farda na troca do boleto. O mundo ficou estranho os servos indolentes as jornas nem para a cerveja pelas cortinas ninguém se conhecia Na querela, noite dentro, ganiam a marcha para diante habitava do lado de cá. Ordenaste a bagagem sabias já, apesar de tudo que nos casebres europeus a vida reiniciava finalmente ao lado de outros combates. Bem-vinda. texto e

Fragmentos

Mulher de Algas desenho de Elagabal Aurelius Keiser em tinta-da-china sobre papel de arroz. Algumas das livrarias independentes onde encontrar: - Tigre de Papel - Flâneur - Snob - Distopia - Culsete - Ler Devagar - Miosótis ~~~~~ "[...] Foi há quinze anos, vinda de uma Londres já inexistente, que aqui aterrou. Procurava algas na SoHo lisboeta, e anéis de prata em pedra turquesa no ourives que fechou sete anos depois. A pedra azul era rara e trazia sorte e paz segundo persas numa loja antiga que descobri em solo britânico e li no ano anterior de forma sequiosa. Avidamente ou saudosamente, ainda que deteste a palavra saudade, por cheirar que tomba a nacionalismo. wakamé Bicho bicha amarga migalhinha comichosa entre-dentes quebrando tal malga, miso e couves. Descíamos ao Leteu. Mulheres de algas presas em longas caudas bebiam para esquecer enquanto gritavam a Saturno nada ter sentido sequer existido dissolventes como rio entre-risos. Esmagava-as na chuva de peixe. com parcos gestos,

Fragmentos

 ___ facínoras, hein? Arapuca de bambu Cutucada no melro. Compus no seguimento de uma frase musical laços cínicos, desejados pela forma. Da mesma forma de sempre. O cinismo começa a ser, de resto, a par da memória e da inteligência artificial, a melhor faculdade humana  deste século. A melhor. A pior  talvez seja  o excesso de pudor. No princípio eram símbolos e ética. No fim era autonomia (direitos e escolha). Os rituais deram lugar ao destino. O sagrado deu lugar ao profano. As orações deram lugar aos narcóticos. A crença deu lugar à medicina. O debate deu lugar ao cancelamento. O confronto deu lugar à culpa. Resta o desconforto  e um divã eutímico. Acúleo  Acúleo no bancamp: https://aculeo.bandcamp.com/album/ac-leo Acúleo no Instagram: https://www.instagram.com/aculeospokenword/ Acúleo no Facebook: https://www.facebook.com/aaculeospokenword/ Vídeos Acúleo: https://www.youtube.com/@aculeospokenword/ Que quimera é, então, o homem, Pascal? E a mulher? Que perversa, cruel, caótica, que