intro
Que quimera é, então, o homem, Pascal? E a mulher?
Que perversa, cruel, caótica, que prodigiosa!
Juíza de todos os temas e não temas,
lombriga substituta,
reservatório da verdade e da inocência,
fossa de incerteza e do erro,
da glória e da escória do planeta.
quimera
Dormias no casebre
junto da Bellevue
onde loucos te protegeram
das invasões e crises dos servos.
Trouxeram-te.
Para outro microcosmo.
Cobriram-te num manto de cores
mais quentes, fluidas
que as da Guerra de Assad
povoada por ogros cinzentos
igualmente pérfidos.
Nua, à janela, assistias
àquele ribombar
de armas de fogo
despedindo-te da tredice
como quem despia a farda
na troca do boleto.
O mundo ficou estranho
os servos indolentes
as jornas nem para a cerveja
pelas cortinas ninguém se conhecia
Na querela, noite dentro, ganiam
a marcha para diante habitava
do lado de cá.
Ordenaste a bagagem
sabias já, apesar de tudo
que nos casebres europeus
a vida reiniciava finalmente
ao lado de outros combates.
Bem-vinda.
texto e interpretação: Soraia Simões de Andrade, música: João Diogo Zagalo, músicos: Fernando Ramalho, Gonçalo Zagalo, João Diogo Zagalo, vídeo: Soraia Simões de Andrade
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