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A mostrar mensagens de outubro, 2024

Fragmentos

Escreveu Óscar Wilde que “a maior parte das pessoas é outra pessoa”; “os seus pensamentos são as opiniões de outros, as suas vidas uma imitação, as suas paixões [escondidas] uma citação”. Aquilo que Amarthya Sen designa de perigosa miniaturização das pessoas podia ser lido à luz do slogan Todos Diferentes todos Iguais da década de noventa. Valeu a pena? Aterrámos neste circo do simbólico prenhe de queques em transição e de eternos aspirantes a freaks (agora que ser freak não causa estrago algum, não é como usar uma crista num ambiente excludente em 1994, ser afirmativo frente ao poder institucional e queimado para sempre por isso, largar todos os vícios mundanos para se tornar monge, convenhamos). A afirmação de hoje seria todos diferentes porque todos somos realmente diferentes, amigos. E, o mais comum e provável, face à falta de referências in loco, directas, sejam culturais, estéticas, ou ideológicas, de agora é que aqueles que parecem mais iguais “a nós” sejam os que menos  o são.