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Fragmentos

  ___ Setenta e nove . Vão dizer que foi por acaso, estavam a pedi-las... Parabéns a estas Mulheres pela coragem. Já é hora de partir da torre onde cochichos e rumores ficavam entre portadas dando às vítimas a ilusória sensação de alívio e sororidade entre-si. Comecemos por incentivar a deixar de dar corda ao medo que tem alimentado a misoginia, os clubes de machos sempre com muitas opiniões e acções não solicitadas abusivas, pategas. Começam a abrir-se novas portas, e, de facto, poucos são os que se safam neste retrato. Com grande pena minha, com o auxílio de algumAs macho mui refinadas. E...de uns quantos garotos que se exibem nestas ocasiões sempre sob uma aura de indignação, embora a sua prática seja semelhante (entre o agressivo-agressivo e o passivo-agressivo) nos meandros das artes e do pensamento. Em muitos casos, já tinham conhecimento, era repertório de graças sem graça. Que, no entretanto, não finem abusadores e assediadores, é o que deseja certamente a maioria das presa

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 ____ Coisas que se reaprendem , o liberum arbitrium: decidindo (assim no gerúndio, 'with the flow') entre coisas que nos são, ou não, dadas em statu nascendi como simples potencialidades, enquanto que a capacidade de começar algo realmente novo, num sítio novo, prática comum aqui, pode não ser precedida por nenhuma potencialidade, que, posteriormente, figurará como uma das várias causas do acto concretizado. Inícios que nunca são absolutos e achar que o são é confrangedor, qualquer grupo de coisas que aconteça no pequeno mundo só pode ter um primeiro começo relativo, precedido que é sempre por algum estado anterior das coisas, a menos que se retrocedesse às doutrinas cristãs ocidentais da Criação contrapostas às orientais da emanação. Oh...se calhar... O impacto da idade numa mulher é irresistível, se não viver de ouvidos pregados naquela juventude insonsa de que se fez comércio durante as ditaduras, retrocedendo ao quadro das múltiplas catequeses por esse mundo onde se ensin

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 __ É sempre na Catástrofe com maiúscula que o sujeito descobre, ou redescobre, algo que parecia já tão afastado do seu horizonte, a interajuda; finalmente compreende que é ela bastante distinta da socialização, e que, porventura, será a única coisa importante, a única coisa verdadeiramente grupal e niveladora, a certeza de que morre; posto assim pedia-se que, pelo menos, se aprendesse a morrer melhor. É fácil abrir a boca e escrever coisas supimpa quando estamos na nossa bolha existencial a boiar acima dos dramas concretos das pessoas, no dilúvio não há representantes, só cooperantes. ___ • • •

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Principium individuationis ou a Vontade, na linha das reflexões agostinianas como a sua versão actualizada; a questão é compreender como é que esta faculdade capacitada para ocasionar alguma coisa nova, mudar o pequeno mundo em que gravitamos, poderá operar, produzir resultados, no mundo das aparências, num cenário velho exposto por meio de ferramentas modernas como esta, uma rede social, que transforma tudo o que é espontâneo, tudo o que acaba de chegar, no "foi", "existiu", "aconteceu", dos factos [fieri; factus sum]. Numa altura em que todos desejam ser emissores é normal sobrar pouco para uma leitura crítica abrangente e, assim, para o lugar da recepção, tudo o que for emitido continuará a ser um dèjá vu, já que olharemos para aquilo que se apresenta aos sentidos não com espanto ou surpresa, mas um gigante suspiro dada a previsibilidade das suas múltiplas vidas e multiplicações... ____ • • •

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Um minuto de silêncio não basta Basta acreditar que o colonialismo não existiu para deixar de poder demonstrar a inexistência de um imperialismo português em África, basta acreditar que somos "um igual", iguais, para deixar de poder demonstrar a existência de um processo de apropriação das vidas de outros em Portugal. O aproveitamento e a instrumentalização, à esquerda e à direita, das condições de vida para as quais a pequeno-burguesia de ambos os lados também contribui  distrai na descida aos infernos, pode aliviar a injúria dos últimos dias, o eterno retorno do pequenino-burguês com as suas lamentáveis excursões em direcção às alturas, mas... os insurgentes nunca são uma maioria: não falam, não acedem aos espaços da cultura, vivem dentro dos limites lamentáveis criados pelas vozes que falam pelos que convém que continuem a não tê-la. Ser-se o monge da incredulidade relativamente às questões sociais e raciais põe em prática apenas um axioma: as fruições do momento são efect

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INTEMPÉRIE 1  quem nos tem questionado, já pode subscrever e ((ouvir)) nuna destas plataformas: Soundcloud , Spotify , ou Apple podcasts :  Primeira experiência partilhada, sem guião nem cortes, do que será o Intempérie, podcast do Elagabal Aurelius Keiser e desta vossa conhecida, um espaço de crítica livre sobre os infortúnios da história cultural e das artes.  Passámos pelos mitos, as raízes, a violência nos bairros da área metropolitana de Lisboa, o racismo e o classismo, o direito à opacidade, e algumas mitologias típicas dos neoliberalismos… Indicativo sonoro com a voz de Xana e som de António José Martins [errata: onde dizemos Zambujeira é, claro, um lapso, queríamos ter dito Zambujal, como se depreende] ___ • • •

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Entre ensaios, contos, manifestos, textos incategorizáveis, acaba de sair mais uma leva, desta vez do 19 ao 24, de Cadernos AH! na plataforma Mural Sonoro. Para aceder aos textos basta clicar em cada uma das capas . A saber: Caderno AH! #19 Duas Notas sobre o Fim do Mundo de Hans Magnus Enzensberger traduzido pelo Fernando Ramalho Caderno AH! #20 Imaginação e Mudança . Textos de Robin D. G. Kelley e Octavia Butler, seleccionados e traduzidos por Ana Guimil e revisto por mim Caderno AH! #21 14 Teses sobre a Comuna de Guy Debord, Attila Kotányi e Raoul Vaneigem traduzido pelo Fernando Ramalho Caderno AH! #22 Medidas de prevenção contra a queda de meteoritos de grandes dimensões por João Diogo Zagalo por mim revisto Caderno AH! #23 Sobre Romances Históricos e Anacronismos por   Margarida Rendeiro revisto por mim Caderno AH! #24 Humanismo Criminoso Grupo Surrealista de Paris traduzido por   Fernando Ramalho