O Imenso Comércio do Nada XIX Não era a voz que falava mas a mudez Todos os repertórios de carga transgressora e provocadora têm as portas do tempo por vir franqueadas, nem vale a pena criar grandes tratados quanto a isto, basta olhar para os que são hoje tidos como clássicos e fragmentos inalienáveis das tradições escritas, históricas e filosóficas no ocidente. Não somos nós que impomos um destino às artes das letras ou musicais, são elas que se tornam o nosso destino. Nenhum provocador fogoso abanado no seu tempo terreno se transformou, até hoje, em fluxo contínuo, ao qual nos apeteça voltar para respirar melhor. Qualquer artista que se interrogue sobre o que anda por aqui a fazer, nos seus momentos mais íntimos ou mais perturbadores de reflexão, não deverá ignorar isto. Com certeza que pode fingir que não o sentiu, toda a actualidade e toda a inactualidade estão feitas para escondermos o que somos, mas é impossível ignorá-lo por muit...
pegada digital transitória: fragmentos de escritos mais extensos [já publicados e no prelo], e breves comentários a textos com vozes ecoantes, seminais, inexplicabilis... Soraia Simões de Andrade