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A mostrar mensagens de abril, 2025

Fragmentos

Vídeo de Jorge Feliciano Música de Joana Bagulho, do disco Acção transcrições de peças de Carlos Paredes para cravo Quando uma espécie de surdo socialista se sentava junto ao gradeamento de uma antiga sala de concertos, atraía-nos para a interpretação das suas mãos minazes, dali brotavam todas as invenções; desde fóruns infrenes que via no telescópio aos além-terra saídos das fendas do toca-discos sem correia. Não eram desvarios sazonais, de outras épocas, eram loops . Nunca lhe ouvimos um queixume quanto à guerra produtora do seu diagnóstico: paracusia de Willis. No início pareceu-nos incongruente, alguém que só conseguia ouvir no epicentro do barulho infernal, dignificar os sons fracos.  Agora, já  não nos é possível desligar a audição daquelas mãos, nem da recriação de múltiplos exodus . Não é tanto pela fugacidade do presente , antes pela valoração das vantagens de locomoção e portabilidade, que, se é verdade que libertou os corpos do peso dos discos, dos ...

Fragmentos

 Meu discurso é o silêncio, meu canto o grito "A utopia existe sempre à custa da vida real" P arece não ser só uma tradução. Tendo como motivação poemas, dramaturgias, entrevistas de Müller, ensaia-se. Tira-se o rastilho tensivo às cordas de uma, de muitas, das guitarras deixada pelo escritor-dramaturgo e ...1, 2, 3... Ou, melhor,  eins zwei drei : Fernando entra com um  acorde suspenso , que  adiante se transformará em quinta justa e antes do previsto puxa do  dó aumentado, temos a tríade montada, dó, mi, sol; malhas entrecruzadas, renovadas sinestesias. E o que se segue é insinuante, retemperante, e muito sóbrio: o organizador desta edição no encalço de trechos capazes ainda de pegar fogo entre ouvintes, leitores, espectadores.   "[...] a Machstraße/Nem a sua academia das Ciências/Com a queda do despotismo asiático [...]".  Num tal excitamento de frequências a que é impossível ficar indiferente, extravasam-se barreiras datáveis; no sentido de ao apre...

Fragmentos

       O criador de estrelas religa-nos à cosmologia, ao porvir. Entre pessoas e estrelas, a cegueira e a lucidez num sonho prenhe de irregularidades, medos, bifurcações. Um voo veloz que nos edifica, destrói e reconstrói, nos leva a «flutuar» com o mensageiro «no fundo de um poço estagnado» onde as luzes nos vigiam antes de as procurarmos e podem assumir figurações de pedras preciosas; não obstante nos perseguirem, afugentarem e iluminarem nos intervalos da existência-persistência das memórias. A dada altura do chão e das tonalidades, nenhuma delas, provindas das estrelas, nos afectam; e, por isso, o mensageiro prossegue o voo, com as dúvidas, o desejo de reencontrar a comunidade que se esvai e recombina entre-os-tempos em ritmos diferentes, como numa cifra. Um pequeno grande intervalo musical, que separa duas notas essenciais, nós e as estrelas, para conseguir produzir uma relação entre elas. Movimento corajoso, receituário de um mundo inextinguível: um unive...

Cadernos AH!

Entre originais e traduções, temos novos  Cadernos AH!  na colecção digital.  Para aceder aos textos em pdf basta  seguir o link e clicar em cada uma das capas   Caderno AH! #25 GÃES&CATUS,  de  Rui Reininho , revisto por Soraia Simões de Andrade   Caderno AH! #26 Seis Poemas , de  Inge Müller , traduzido por Fernando Ramalho     Caderno AH! #27 A minha experiência como empregada de limpeza em Nova Iorque, seguido de Um sonho,  de  Ruth Berlau , traduzido por Fernando Ramalho   Caderno AH! #28 Perambulando (ensaio fotográfico),  de  Orlando Farya , revisto por Soraia Simões de Andrade     Caderno AH! #29 A humanização da necessidade e a liberdade necessária à realização pessoal e humana , de  Alexandra M. Moreira do Carmo  (a.k.a  Xana ), revisto por Soraia Simões de Andrade   Caderno AH! #30 Cair: Recomeçar a Pensar , de  Diogo Paiva