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natrix
Cobra-de-água-viperina:
a nadar irrepreensivelmente
quando me avista,
a hibernar
quando pressente víboras.
Contemplando-a:
tão minúscula,
tão peremptória,
com olhos de pupilas redondas.
Estarrecendo-me:
com as víboras
de caudas simuladas,
pupila vertical, a corromper
desde querubins.
Agora, os demónios aparecem
quando menos se espera.
O caule da videira:
a endurecer
por não se sulfatar
depois de ires embora.
Estranheza a dele,
ou medo,
de criar raízes desavindas,
afastadas por nós, entrenós.
Entretanto cresceram acúleos.
Mamíferos ou insectos
chegam perto.
Só umas castas rombudas
a espiarem-te, raposices...
Largaram a cidade
na província
sem distinguir vinho
de corte do de martelo.
O asilo nestas alturas
é um alpendre.
As pulgas dos morcegos
são a melhor companhia.
Talvez por isso não tema
parasitas nem bactérias
não como vos temo: sem-cerimónias.
É-me familiar
tal expatriação do leito,
e em qualquer barracão
todos os músculos,
e ossos,
confabulam:
especialmente os do crânio.
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