[Mondego]
A primeira casa era minúscula
de lá jungimos previsões
o futuro não teria lareira
só um corredor escarpado
longo, intransitável.
Tomavas conta do lar entrópico
tentavas ajeitar a janela de guilhotina
quando até ela perdera o caixilho inferior
e da chaminé um ventilador tosco exorava
no future como no punk.
Refreei de um embate, em tropel,
quando os esboços conjuntos
ficaram suspensos, na assincronia,
daquela noosfera bueira,
espécie de poço
prenhe de ar
à deriva
presença abismal:
um desapego transido em fuga
sem par
rumo a nova morada.
texto, interpretação, arranjos: Soraia Simões de Andrade
composição musical, arranjos, segunda voz: João Diogo Zagalo
mistura: Fernando Ramalho, masterização: Gonçalo Zagalo
vídeo: Paula Vale Marques; edição vídeo: Soraia Simões de Andrade
© 2022 Dez, edição AH!
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