Fascismos, Micro-fascismos e Patriarcado, breve comentário em jeito de m...andamento
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Antes de espelhares o teu gesto patriarcal num proto-manifesto de rede social que tem como pretensão [micro-fascista]** ensinar alguém a ler o seu próprio corpo e o dos outros face ao seu, que grau deverão ter as suas lentes, e os lidos pelas suas lentes, talvez te deva ter escapado que nessa Poética relacional do Diverso já mergulharam as que já reconheceram, vivem, o alhures, as que desprezam o materno pelas violências-domésticas quase-morte, inimagináveis, infligidas ao seu corpo, as que já desceram a triplos infernos e à rua foram dar semanas inteiras acocoradas de frio mas sem ele nos olhos. Talvez te tenha escapado que pelo que está escrito passam a marcha para diante e o retrocesso, tudo no mesmo tempo e com cadências múltiplas; passam as leituras de cada corpo visível que foi obrigado a ler muitos mundos antes de saber ler m u n d o, assim, silábico. Não és tu que lhe vais sugerir como quem impõe e quer superiorizar novas leituras. Quais? Essas? Já foram todas feitas... É o retorno, eterno. Já o sabemos. Não confundamos história, assim mesmo, em minúsculas, com historicidades.
Talvez seja chegada a hora de perceber que a leitura é um privilégio, também, dos corpos limitados. Estão num lugar especial, e, por isso, o seu modo particular de ver não é pormenor, não é acessório, e jamais será o de quem ainda não saiu do apenas-Universal. Não queiras revelar de forma tão exemplar que as leituras não fizeram nada por ti. Não imponhas, liberta-te...da moralidade crística e do lápis azul, da régua, do compasso, do vácuo...
[...] A partir do momento em que as culturas, as terras, as mulheres e os homens deixaram de ser algo a descobrir mas a conhecer, a Relação figurou um absoluto (isto é, uma totalidade finalmente suficiente a si-mesma) que, paradoxalmente, nos libertaria das intolerâncias do absoluto. [...]
**micro-fascista?, todas estamos embebidas nessa noção, se nos for possível, nalgum dia, não instrumentalizar os conceitos...Por outro lado, nenhuma luta parece possível sem essa instrumentalização. Estamos, sem excepção, nessa barca. Apesar de uns irem mais confortáveis nela que outros.
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